Até pouco tempo atrás, o estudante que quisesse se dar bem no vestibular deveria não desgrudar dos livros. Eram eles que, aliados às explicações dos professores em sala de aula e aos exercícios feitos na escola ou em casa, garantiam um bom preparo para os concursos.
Mas a nova lógica do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que os jovens também estejam antenados com os principais assuntos do Brasil e do mundo. E para manter-se atualizado e afiado para as provas, que acontecerão daqui a duas semanas (dias 3 e 4 de outubro), os feras devem valer-se de informações de jornais, revistas, sites e noticiários televisivos.
Acontecimentos importantes, como a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, e o surto mundial de gripe suína, por exemplo, ainda não chegaram às páginas dos livros de história ou biologia.
Para ajudar os vestibulandos na etapa final de preparação para a avaliação nacional, o Jornal do Commercio pediu aos professores de quatro dos maiores colégios do Recife - NAP, Boa Viagem, Atual e Motivo - para elencarem assuntos atuais que, no entendimento deles, merecem atenção especial nesses dias de revisão.
Embora o Enem esteja divido em quatro áreas do conhecimento (ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens), o exame vai cobrar conteúdos de maneira interdisciplinar. A orientação da professora de português do Colégio Boa Viagem Maria Pereira é voltada para a prova de linguagem.
Mas aplica-se também para os outros três testes. "A interpretação é uma das ferramentas essenciais para o bom desempenho no Enem. A leitura de um texto não é um mero ato de decifrar símbolos, mas interagir e produzir sentidos durante a leitura. É nesse processo que se estabelece a interpretação
"A leitura frequente de textos coloquiais e formais, quadrinhos, tabelas, gráficos e outdoors é um ótimo exercício, além de manter-se atualizado", complementa a professora Gracineide Regina, referindo à prova de português. Na área de ciências da natureza, que envolve química, física e biologia, professores das três disciplinas do Colégio NAP indicam a importância de revisar o tema energia.
Em química, José Mendes e Alexandre Estevão ressaltam o biodiesel e o petróleo. Rogério Porto, de física, recomenda a relação entre energia e meio ambiente, enquanto Pedro Henrique, de biologia, destaca as novas fontes de energia.
PRÉ-SAL
Para uma boa prova de ciências humanas, o professor de geografia Kiko Santos, do Colégio Atual, também cita a energia, com destaque para o pré-sal e o aproveitamento de outras fontes energéticas. Para Eduardo Belo, professor de matemática do Colégio Motivo, "na proposta do novo Enem, o aluno será cobrado a trabalhar a matemática no cotidiano. Uma dessas possibilidades está inserida no trabalho com gráficos, que em sua maioria são de fácil interpretação", comenta Eduardo.
O Enem terá 180 questões. Serão 45 quesitos para cada uma das quatro áreas, além de uma redação. No primeiro dia, os estudantes terão quatro horas e meia para fazer duas provas: ciências humanas e ciências da natureza. No segundo dia, os testes vão ser de matemática e linguagem, que inclui a escrita de uma dissertação.
Por isso, o tempo de realização das provas será um pouco maior, cinco horas e meia. A orientação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame, é de que, em caso de dúvida em um quesito, o estudante chute a resposta. Isso porque, caso deixe a questão em branco, a máquina de leitura ótica, ao corrigir a prova, entenderá que houve erro.
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