O ministro da Educação, Fernando Haddad, cancelou na madrugada de quinta-feira (1º) a prova do Enem porque houve denúncia de fraude e o conteúdo da prova teria vazado.
Segundo a denúncia, um homem ofereceu uma prova impressa ao jornal Estado de São Paulo para publicação, na noite de quarta-feira, 30. Com a divulgação da fraude, nova data para realização das provas deve ser marcada.
O MEC disponibilizou as provas que seriam realizadas e os candidatos aproveitaram a oportunidade para esclarecer dúvidas e corrigir erros. Este será o primeiro ano em que a nota do Enem valerá como processo seletivo da maioria das universidades federais do país.
Para a candidata Bruna Ravenna, 17, a notícia ruim da fraude acabou se tornando benéfica, porque estende o prazo para as provas. “Eu me preparei, mas confesso que estava com medo, devido à concorrência e às novidades previstas para este ano”.
Ela conta que está fazendo cursinho, fez revisões para o Enem, treinou bastante redação. “Tudo com o objetivo de garantir uma vaga numa universidade federal, vou aproveitar o tempo para me preparar ainda mais”.
Bruna considera o Enem uma disputa justa, já que todos são considerados de igual forma, sem ajuda de cotas ou coisas do gênero. “Seremos avaliados pelo nosso desempenho
e esforço, quem obtiver as melhores notas garante uma vaga no ensino superior”.
Primeira vez
A agente penitenciária Diná Alves, 38 anos, que vai fazer o Enem pela primeira vez, admite que foi melhor descobrir a fraude antes da realização das provas. “Com a divulgação do exame que seria aplicado, teremos mais uma ferramenta de preparação”.
Ela revela que se inscreveu para a prova por causa da possibilidade de conseguir uma vaga numa universidade. Sem estudar há 21 anos, Diná está confiante em conseguir uma boa colocação. Assegura que vai aproveitar os próximos dias para estudar mais.
“Vou ver as provas que iríamos fazer e ajustar o que foi pedido ao meu grau de preparação, fazer um plano de estudo e esperar a nova data para a realização das provas”.
A estudante Eliana Tamiris R. de Souza, 17, que termina o ensino médio neste ano admite que estava apreensiva e com um pouco de medo, devido à pressão e à ansiedade causada pela avaliação.
Com o adiamento da data, ela vai estudar ainda mais porque vê no Enem a possibilidade de sair do segundo grau direto para o ensino superior. Eliana conta que está se preparando muito e participou de simulados.
“Confesso que me prendi mais ao estudo da Língua Portuguesa, Matemática e Redação, mas com a extensão do tempo vou estudar as matérias às quais não dei prioridade”.
O Enem seria realizado em 10.385 escolas de 1.826 municípios com, ao todo, 113.857 salas de prova e 4,1 milhões de candidatos. O exame terá uma redação e quatro provas com 45 questões objetivas de diversas áreas.
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