26 de dezembro de 2009

Stênio Andrade

O futuro de cada um de nós

Estamos todos com pressa de sermos alguma coisa. Nem bem sabemos o que queremos ser e já nos cobramos a nós mesmos para que sejamos logo se sabe lá o que. Afinal, quantas e quantos já não são algo muito antes de saberem que algo é que eles querem ser? Por que a gente não pode deixar para decidir o que quer ser depois que formos algo?


Na verdade, o que nos impede de vivermos felizes o nosso presente é justamente o medo de que sejamos fracassados no futuro. Mas também pudera, desde cedo somos bombardeados com toda uma série de perguntas feitas por pessoas que vivendo nesse mundo maluco de ter que ser algo, sempre querem saber o que nós queremos ser quando crescermos. E o pior é que se uma criança no alto de sua inocência e sinceridade se atreve a simplesmente responder – FELIZ! – corre sério risco de, se não for motivo de riso do seu interlocutor, ser repreendida como quem deve desde cedo já traçar o destino da sua vida.


E com tudo isso nós passamos a viver numa sociedade de jovens velhos que no fim das contas, parece não permitir que aquele que é realmente velho viva sua velhice ainda produzindo, mas que exige que ainda que ativo nos seus dias, se recolha preferencialmente à outra vida, para não onerar os jovens velhos e os bebês já maduros que se preparam pra tomar um lugar que, do jeito que anda, passará a ter prazo de duração ao seu ocupante. Daqui uns dias ninguém poderá passar mais de 05 anos num mesmo lugar.


Daí a pergunta que urge é: por que ainda ficam buscando mais e mais meios de se viver mais, se o que parece é que se espera que se viva cada vez menos?

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