22 de outubro de 2009

Stênio Andrade

Teste de vacina contra Aids reduz pela primeira vez risco de infecção


Uma vacina experimental contra a Aids diminuiu, pela primeira vez, o risco de infecção pelo vírus HIV, afirmam cientistas.

A vacina - uma combinação de duas vacinas experimentais já testadas - foi administrada a 16 mil voluntários na Tailândia, no maior teste já realizado com uma vacina contra a Aids.

Os pesquisadores concluíram que a vacina reduziu em quase um terço o risco de contrair o vírus HIV, que provoca a doença.


Estima-se que cerca de 33 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus HIV no mundo, e uma vacina teria enorme impacto, principalmente em regiões onde a infecção é endêmica, como na África sub-saariana. Mas o HIV parece ser extremamente eficiente em "enganar" o sistema imunológico, daí o fracasso em se produzir uma vacina que proteja contra o vírus. Este último estudo renova o otimismo dos pesquisadores de vacinas, depois de anos de decepções.
ENTENDA A VACINA

O resultado está sendo visto como um avanço científico significativo, mas uma vacina global ainda está distante.

O estudo foi realizado pelo Exército americano com o governo da Tailândia e durou sete anos. Todos os voluntários - homens e mulheres com idades entre 18 e 30 anos - não eram portadores do HIV e viviam em algumas das regiões mais afetadas da Tailândia.

As vacinas combinadas para a produção desta já haviam sido testadas, sem sucesso.

Metade dos voluntários recebeu a vacina e a outra metade recebeu um placebo. Todos receberam aconselhamento sobre prevenção do vírus HIV.

Entre os voluntários que receberam a vacina, o risco de infecção pelo HIV foi 31,2% menor do que entre os que tomaram o placebo.

"O resultado é extremamente encorajador. Os números são baixos e a diferença pode se dever à sorte, mas a conclusão é a primeira notícia positiva no campo de vacinas contra a Aids em uma década", disse Richard Horton, editor da revista médica Lancet.

"Nós devemos ser cautelosos, mas ter esperança. A descoberta precisa ser replicada e investigada urgentemente."

O resultado também foi comemorado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo programa conjunto da ONU para a Aids (UN/Aids).

Segundo eles, os resultados ,"caracterizados como modestamente protetores...trouxeram nova esperança no campo de pesquisa de vacinas contra a Aids".

Estima-se que cerca de 33 milhões de pessoas no mundo são portadoras de HIV.

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