15 de outubro de 2010

Stênio Andrade

A milenar arte de furar fila

Se existe no mundo um povo mais zuado, esse povo é o brasileiro. Nossa gente é oportunista by default e não há como mudar isso. Por mais que você negue veemente, com certeza já se aproveitou de alguém, já se beneficiou sorrateiramente em cima de algum vacilo alheio. 

Essa malandragem toda assoma-se em nosso caráter quando esperamos impacientemente no fim das nossas queridas FILAS. Por isso, alguns indivíduos do nosso país criaram algumas das mais inovadoras e sugestivas formas de driblar esse obstáculo do mundo moderno.


Abaixo irei listar alguns truques comuns e convencionais de quem adora dar uma de espertinho e passar na frente dos outros em filas de banco, principalmente.

Dica nº 1. Furar fila, método standard.
O cara, ao se deparar com o tamanho enorme da aglomeração de gente, dá aquela voltinha esperta, olha a feição de todo mundo que tá ali e escolhe quem mais tá com a cara de acabado/cansado. Geralmente essas pessoas são mais distraídas. Ao analisar e encontrar sua vítima, o cidadão para repentinamente ao seu lado e espera a fila andar. Quando a fila começar a progredir, o malandro “se inclui” à frente do imbecil com a cara mais cínica do mundo e ali fica aproveitando a vantagem adquirida.
Dica nº2. Furar fila, método amigão.
A pessoa, não se contentando em ver aquele monte de gente à sua frente se coloca na ponta dos pés e olha pra cara de todo mundo, tentando achar algum parente, amigo, ou até mesmo aquele cara que você só falou uma ou duas vezes na vida. O meliante acena de longe, espera um sorriso receptivo e caminha na direção da pessoa, já puxando assunto e batendo um papo aleatório descontraído até que a fila novamente ande e ele, achando graça e disfarçando, se posiciona na frente do amigão e ali permanece.
Dica nº3. Furar fila, método atendimento prioritário.
Essa é fácil. É só inventar aquela história bem comovente pra sensibilizar o aposentado que tá prestes a chegar ao caixa. O idoso, geralmente, acaba aceitando pagar a conta da pessoa. Quando esse método não funciona, o golpista oferece propina ao idoso, que será gasta futuramente na compra de revistas Coquetel de palavras cruzadas.
Dica nº4. Furar fila, método direto ao caixa.
A pessoa chega ao banco, passeia pelo salão, dá algumas voltas entre o pessoal e decide aplicar o golpe do pedido de informação. Chega direto no caixa, posiciona-se do lado da pessoa que está sendo atendida e avisa ao próximo imbecil da fila que só vai pedir uma informação. Quando chega ao atendente, o aproveitador faz de tudo pra que seu problema seja resolvido sem que os enfileirados percebam e sai encarando todos com olhar superior, feliz da vida por não ter que ficar no final da fila igual aquele bando de otários.
Óbvio que existem outras formas desenvolvidas e espalhadas pelo nosso país, mas essas são as principais e de nível básico.

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